quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O que se viu de melhor no Salão Duas Rodas

Nos dias 08 e 09 de outubro de 2011, visitei o Salão Duas Rodas, realizado no Anhembi, em São Paulo. Foi a primeira vez que participei de um evento desse porte, e sem dúvida foi muito interessante poder ver pessoalmente alguns dos modelos mais significativos do mercado mundial, ainda que muitos deles apenas para sonhar, por estarem totalmente fora da nossa realidade econômica. Na sequência apresento algumas observações relativas aos principais fabricantes, junto às fotos mais significativas do evento, todas de minha autoria.

E para mais informações e belíssimas fotos, não deixe de visitar o post do parceiro Pirex, no endereço Pirex no Salão Duas Rodas 2011.

Honda

A gigante japonesa tem se mostrado bastante agressiva nos últimos tempos, disposta a manter a gorda fatia de mercado que conquistou em muitas décadas de Brasil, e principalmente parece tentar corrigir aquela visão que foi sendo criada de que Honda é fabricante de motos pequenas. A empresa mostrou vários lançamentos de impacto, como a CBR 600F (versão carenada da Hornet), acrescida da linda CB 1000R e da pequena notável CBR 250R, ainda que esta última ao vivo passe uma inegável sensação de ser não mais que uma bela versão carenada da Twister.

Foi igualmente interessante conhecer o protótipo que deu origem à inovadora VFR 1200F DCT, modelo este também presente no salão em toda a sua imponência dotada de câmbio semi-automático e dupla embreagem. E também pude ver de perto o protótipo pilotado por Dovizioso na MotoGP.

Presente aimda a Transalp, em novas cores (a branca e preta é realmente bonita, a verde é discutível), a nova Hornet e uma bela série especial da CB 300R, entre uma série de outros modelos.

A Transalp na nova combinação de branco e preto, muito mais harmoniosa

A pequena CBR 250R é muito bonita, mas só mostra impacto na combinação de cores acima

Sensacional protótipo que resultou na inovadora VFR 1200F DCT

Yamaha

Sem dúvida sua grande novidade foi a XT 660Z Ténéré, uma moto realmente inspiradora, e muito mais bonita ao vivo do que por fotos. Leve e bem mais confortável que sua irmã XT 660R é o mínimo que se pode dizer sobre ela, e com desing e cor azul consistente com os modelos já comercializados da 250 e 1200. Pena se tratar de um motor monocilíndrico tão vibrante quando o da antiga XT660R, pois tirando esse detalhe a moto tem tudo para fazer enorme sucesso.

A empresa ainda mostrou modelos significativos como a gigante V-Max, a FZ8 (mas não a carenada Fazer8) e um grande scooter muito parecido com o Burgman 400 da Suzuki. E no stand da marca chamava muita atenção a MotoGP pilotada por Ben Spies.

A instigante XT 660Z Ténéré, que sem dúvida deve fazer enorme sucesso, como já ocorria com a XT 600R

A FZ8 mostra uma beleza mais clássica, mas por enquanto somente apresentada na versão sem carenagem

A musculosa V-Max finalmente deve chegar ao Brasil por meios oficiais, antes tarde do que nunca

A vida fácil da Suzuki com os modelos Burgman 400 e 650 parece estar com os dias contados

A competentíssima MotoGP M1 de Ben Spies, apresentada em companhia de rara beleza

Suzuki

Entre os maiores fabricantes, foi a grande decepção do salão, pois nada mostrou de realmente novoa, apenas revisões dos modelos amplamente conhecidos. Não há como qualificar de novidade as versões repaginadas da Bandit 1250 (naked e carenada), ainda que sem dúvida tenham ficado muito bonitas.

Afora isso, mais do mesmo para V-Strom, B-King, Hayabusa e tantos outros modelos. Não é a toa que a marca está encolhendo a olhos vistos no Brasil, pois o seu conservadorismo é de dar certa pena, e ainda mais num mercado cada vez mais competitivo. A associação da Suzuki com J.Toledo parece dar claros sinais de fadiga, cada vez mais saturada por visões do tipo "ABS é frescura dispensável para os brasileiros". Nem sempre o que é mais lucrativo para o representante da fábrica é o que deseja o cliente da marca, e os dados de vendas mostram isso de forma cristalina (mas apenas para quem quiser ver).

A compacta e poderosa Bandit 1250 ganhou um visual bem mais moderno e atraente

Em vez de novas motocicletas, a Suzuki preferiu realçar as belas mulheres em poses provocantes

Kawasaki

A principal novidade da marca verde sem dúvida foi a Ninja 1000, versão carenada da Z1000, moto arrojada nas formas e seguramente de ótimo desempenho, mas que infelizmente não foi possível tocar nem sentar sobre ela, pois estava isolada. Também intocável, a maravilhosa versão Fittipaldi da ZX10, pintada nas cores preta e dourada.

A nova cor laranja da Versys chamava muita atenção, assim como a versão Tourer, mas esta mostrava um péssimo ajuste das malas de fábrica, que ficam longe demais da moto, deixando-a quase tão larga quanto um automóvel, uma enorme bola fora do fabricante.

A novíssima Ninja 1000 tem tudo para obter boa participação no segmento sport touring

BMW

O principal destaque da marca alemã foi a naked R1200R, que sem dúvida transpira classe e sofisticação. Também impactante a touring K1600GTL, com seu motor seis cilindros em linha surpreendentemente compacto. E uma grande ausência foi a K1300R, uma naked de grande beleza, que imaginei teria o privilégio de ver ao vivo, mas que não estava presente.

Deixando um pouco de lado as motos, a BMW mostrava talvez as mais belas mulheres do salão, e como não poderia deixar de ser diferente, vestidas com discrição, o que contrastava com o caráter bastante apelativo mostrado pelos stands de outros fabricantes.

Classe, conforto e sofisticação na naker R1200R, com seu inconfundível bicilíndrico boxer

Harley Davidson

A empresa mostrava uma enormidade de modelos capaz de fazer a alegria dos fanáticos da marca, sempre dispostos a comprar muito mais estilo de vida do que motocicletas, a despeito de características técnicas nem sempre tão eficazes quanto seria desejável. Mas para os apaixonados pela marca, sem dúvida se viam modelos de beleza e estilo altamente desejáveis, e ainda mais que os preços da marca são bem mais convidativos agora que o Grupo Izzo não faz mais parte de operação.

Em se tratando de Harley Davidson, mulheres de atitude se mostram compatíveis com o estilo de vida proposto

Ducati

Um ícone da alta classe do design italiano, mostrando maravilhas como a Monster 1100, Diavel e Multistrada. Quem sabe com o tempo uma representação efetiva da Ducati no Brasil torne mais viável termos essas obras de arte sobre rodas nas nossas garagens, pois por enquanto precisamos conviver com a insegurança provocada por uma presença não totalmente convincente do representante local.

A convidativa Ducati Monster 1100, de design apaixonante

A monstruosa Diavel Carbon, pronta para o enfrentamento com a Yamaha V-Max e Harley V-Rod Muscle

KTM

Entre tantas maravilhas tecnológicas, como a Supermoto T, Duke, Adventure e versões de rallye usadas no Dakar, a grande estrela da marca laranja sem dúvida era a pequena Duke 200, ansiosamente aguardada pelo público brasileiro para um futuro próximo. Segundo um vendedor, deve chegar ao mercado em março de 2012, a um preço aproximado de R$ 13,5 mil. Se isso se confirmar essa pequena notável tem tudo para ser um sucesso arrasador, pois é uma moto pequena que apaixona à primeira vista por seus dotes estéticos e tecnológicos.

A se lamentar uma certa arrogância do representante local da marca, já que em nenhum modelo era permitido sentar, coincidência ou não, a mesma postura adotada no stand da Ducati. Situação complicada querer mostrar os modelos mas impedir o público de interagir com eles, o que mostra muito a aprender sobre como tratar os potenciais clientes.

A KTM Duke 200 é uma das mais belas motos de pequena cilindrada já desenvolvidas

A Supermoto T seduz por seus dotes de estradeira competente, com visual próximo às trail da marca

Bimota

Entre as motos qualificáveis como além do mundo real, foi possível ver de perto modelos como a DB7 e a espetacular Tesi, com seu esquema de suspensões não convencional. Verdadeiras obras-primas reservadas a poucos privilegiados, mas que sem dúvida valem cada um dos muitos Euros investidos.

A Bimota DB7 é um ícone da esportividade e design italianos, sem compromisso com custo razoáveis

MV Agusta

No stand da Dafra, as grandes estrelas sem dúvida eram os modelos da MV Agusta, finamente representados pela Brutale, F4 e F4 Senna. Verdadeiras maravilhas, que realmente chegam a ofuscar a concorrência, restando torcer que alguns modelos cheguem ao mercado brasileiro já nacionalizadas o mais rápido possível, pois são modelos para fazer sonhar os mais apaixonados por motos.

A MV Agusta Brutale é dotada de uma beleza avassaladora, beirando o inacreditável

A radical F4 é dotada de escapamento de quatro ponteiras saindo por baixo do banco

A grande ausência

Lamentável para mim foi a ausência da Triumph, que imaginava veria representada no Salão, dando-nos a oportunidade de ver as excelentes motos da marca. Sonhei em conhecer os modelos trail de 800cc da empresa, assim como outros modelos significativos desse fabricante que tenho em alta conta, mas que ao que parece ainda não encontrou meios de se estabelecer efetivamente na terra brasilis, na medida em que não se consegue identificar com clareza sua política de atuação. O jeito é esperar e torcer que isso mude, mas aparentemente nesse caso é necessário ter uma paciência perto de infinita.


Demais atrações

Saíndo do círculo dos grandes fabricantes, foi possível ver no salão alguns modelos raros como a artesanal italina Vyrus, que é arrasadora. No standeda Montesa, se podia conhecer alguns competentes modelos de competição em enduro e trial.

Também se encontravam alguns lindos exemplos de customização e adesivagem, inclusive em modelos como uma Yamaha Super Ténéré e BMW F800GS, além de uma simpática versão supermotard da Honda XRE300 apresentada pela Circuit.

E além das principais marcas, muitas outras se fizeram presentes como: Dafra, Kasinski, Shineray, Haobao e mais uma enormidade de marcas menos conhecidas, com suas variadas opções de modelos e qualidades de acabamento.

Essa versão supermotard da Honda XRE300 chamava muita atenção no stand da Circuit

A adesivagem dessa BMW F800GS mostrava um trabalho de enorme competência

Não poderiam faltar os modelos altamente customizados para abrilhantar o evento

2 comentários:

  1. Parabéns pelo registro de teor bastante jornalístico sem ser demasiadamente técnico, o que afugenta leitores menos entendidos em HPs, CVs, nakeds, boobers...

    ResponderExcluir
  2. Agradeço, José. Procuro dar o ponto-de-vista do usuário de motocicletas, até porque mesmo sendo muito interessado em ficha técnica e demais detalhes, para o leitor é fácil obter tudo isso no site dos fabricantes. Abraço.

    ResponderExcluir

Caro leitor, somente através dos seus comentários posso saber se o blog está no caminho certo ou se algo precisa mudar. Fique à vontade para dar seu feedback!