sábado, 29 de outubro de 2011

Salão Duas Rodas: vídeo interessante

Em complemente ao tópico do Salão, sugiro aos interessados um vídeo muito bom publicado pela revista Motociclismo. Motos possantes, mulheres bonitas... enfim, bastante coisa para ver nesse vídeo muito bem produzido.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A MotoGP de luto

Apenas um ano depois do terrível acidente que matou Shoya Tomizawa na Moto2, mais uma vez o mundo da motovelocidade se ve chocado com outra fatalidade, dessa vez o jovem e arrojado Marco Simoncelli, em mais um acidente de características muito semelhantes: queda junto a moto, seguida de atropelamento pelos pilotos que vinham logo atrás.

Muito se poderia dizer sobre esses acidentes, mas confesso que isso me faria mal demais. Vou tão somente sugerir o site da SporTV que mostra observações bem fundamentadas de Fausto Macieira, o vídeo do acidente e fotos. Para quem tiver interesse em saber mais dessa tragédia do esporte sob uma ótica jornalística, sem o ridículo sensacionalismo que vi em outros locais.

É uma pena mais um jovem talento desta geração nos deixar tão rápido, num acidente comum, mas pontuado pelo enorme azar de cruzar a pinta no lugar errado e na hora errada.

E quanto ao capacete, me parece que caberá aos fabricantes repensar o método de prender a cinta no casco por apenas um ponto de cada lado, pois mesmo que não tenha havido falha no equipamento (ou que a falta de capacete não tenha sido determinante para a moto, devido aos outros ferimentos), o fato da ponta da cinta se desprender no ponto de junção com o casco mostra que será necessário repensar os projetos, e que talvez mais pontos de fixação tenham de ser definidos.

Se pensarmos que em grande parte dos acidentes é a lateral do capacete que sofre o impacto mais forte, não é difícil acreditar que o que ocorreu com Simoncelli possa acontecer com outras pessoas, nas pistas e mesmo nas ruas. Ficou escancarado um ponto de fragilidade no projeto, que deve merecer atenção adicional dos engenheiros das fábricas.

E a vida continua, mas um pouco mais triste, na ausência do sorriso aberto do "moita".

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Honda CB 1000R, uma street fighter poderosa e acessível




A novíssima CB 1000R foi apresentada pela Honda no Salão Duas Rodas em São Paulo. Para o público apaixonado por motos naked, essa street fighter é uma excepcional opção em termos de mercado brasileiro. Vem se juntar à outras competidoras peso pesado como a Kawasaki Z1000 e a radical Suzuki B-King. A pérola BMW K1300R é acima te tudo um sonho, mas posicionada numa faixa de preço muito alta, fora da realidade da maioria dos brasileiros. E os modelos Ducati e KTM mostram limitações pelo baixo número de concessionárias, mais centradas na região sudeste.

Considerando o sucesso da Hornet no mercado brasileiro, é viável imaginar que essa CB 1000R se torne líder de vendas no segmento de naked acima de 800 cilindradas. Só não estou tão certo de que a Hornet continue dominando no segmento inferior a 800cc como vem ocorrendo há muitos anos, visto a forte concorrência da Kawasaki, Yamaha e BMW e da própria CB 1000R, que deve canibilizar parte do mercado que lhe era cativo.

Méritos para liderar a CB 1000R tem de sobra: design ultra moderno, compacta (pouco maior que a Hornet, e com 217 Kg a seco), banco confortável (em se tratando de naked), motor 4 cilindros derivado da CBR 1000RR com 125 CV a 10000 RPM e 10,2 kgf.m de torque, o que deve tornar difícil precisar rodar abaixo da última marcha. Como opcional, o consagrado C-ABS da Honda.

Faria reparos a pequenos detalhes que considero abaixo do esperado em motos top atuais. O reservatório de líquido de freio não tem exatamente o formato que ideal, sendo o usado na Hornet muito mais interessante. O tanque pequeno, de apenas 17 litros certamente dará uma autonomia bem abaixo da ideal, problema esse que já é bem sério na Hornet (o modelo até 2010 tem na verdade menos de 17 litros).

E por fim, a limitação de cores entre preto e verde metálico (este de gosto altamente duvidoso) fica aquém das expectativas, visto que no exterior as opções são bem maiores (a Honda Itália, por exemplo, oferece a branca, a preta e a tricolor que é maravilhosa e pode ser vista na foto abaixo), mas no Brasil a montadora mostra um déficit cultural de oferecer sempre somente duas cores.

Esperemos essa importante moto chegar efetivamente às concessionárias, pois o público que hoje é fiel à Honda e que até agora tinha na Hornet o seu sonho de consumo, sem dúvida vai pensar seriamente nesse upgrade, pois a CB 1000R oferece muito mais por um preço pouco maior. Isso se se for confirmada a expectativa de preço em torno de R$ 40 mil, o que deve tornar essa moto um enorme sucesso no nosso mercado cada vez mais rico em opções (ainda que muito abaixo do que se vê exterior, mas com o tempo isso tende a ser corrigido).

É sem dúvida interessante ver a Honda tomando medidas efetivas para quebrar aquela imagem meio incômoda de ser centrada demais no segmento de motos pequenas (com seus 80% de mercado), mas de não ser tão competitiva no segmento de motos médias e grandes. Sua política agressiva, inclusive em preço se mostra muito acertada, e no longo prazo deve lhe trazer fortes dividendos.

A CB 1000R tricolor é lindíssima, mas infelizmente não aparece nos planos da Honda Brasil, o que é uma pena

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Machu Picchu, relato diário da viagem finalizado

Caros leitores, antes de tudo gostaria de apresentar minhas sinceras desculpas por não ter conseguido manter o blog atualizado durante a viagem, como havia planejado. Infelizmente as contingências foram muitas, e entre tantos quilômetros e dificuldades, se tornou inviável fazer a manutenção diária.

Por sugestão dos leitores, informo que os relatos diários da viagem foram completados, cabendo atentar que preferi colocá-los em ordem, no decorrer do mês de setembro/2011. Portanto, quem tiver interesse em ler deve consultar na barra lateral nesse mês, ou se preferir usando a tag Machu Picchu. Optei por publicar assim por questão de lógica, evitando uma enorme confusão em meio a outros posts.

Nas próximas semanas procurarei incluir posts adicionais com material da viagem ainda inédito, como fotos e vídeos que ainda não estão em minhas mãos. Assim que for possível juntar, selecionar e editar, tratarei de publicar esse material, que contém muita coisa interessante.

Finalizando, gostaria de reiterar meus agradecimentos pelos quase 6.000 acessos que o blog já teve até o momento, o que mostra que a despeito das dificuldades e limitações em mantê-lo atualizado, tem conseguido atingir seus objetivos, e tem sido de alguma utilidade para um pequeno número de pessoas conforme o feedback que tenho recebido, o que por causa enorme satisfação.

Moto2: Marquez numa recuperação inacreditável

O que se pode esperar de um piloto de 18 anos que lidera por apenas um ponto um campeonato altamente competitivo? Responsabilidade para vencer agora que é lider? Imaturidade para cometer graves erros que coloquem um título quase certo em risco? Com Marc Marquez, pode-se esperar um pouco de tudo isso, mas sempre com enorme talento e competência!

Marquez provoca um grave acidente nos treinos finais antes do GP da Austrália

Num dos últimos treinos livres antes da etapa do GP da Austrália, realizada na madrugada deste domingo (17), após a bandeirada final, o tailandês Rattapark Wilairot reduziu a velocidade para voltar aos boxes, mas Marquez que vinha atrás acelerou com tudo e abalroou o desavisado Wilairot. Resultado: o tailandês foi parar no hospital com ferimentos sérios, e Marquez foi penalizado em um minuto no grid de largada, uma total justiça diante da sua absoluta falta de responsabilidade.

Tendo acontecido isso, pensei: que pena! Marquez tinha tudo para levar o título, e então faz uma bobagem desse tamanho e entrega-o de mão beijada para o alemão Bradl! Parecia lógico pensar assim, na medida em que Bradl largaria na 8ª posição do grid, enquanto Marquez largaria apenas em 38º e último lugar.

Seguindo a lógica, na corrida Bradl largou bem e rapidamente chegou à liderança, se mantendo nela com tranquilidade até duas voltas antes do final. Porém, coisas acontecem...

Tudo poderia estar bem para Bradl, se na mesma corrida não víssemos o já esperado, mas ainda assim inacreditável show de Marquez numa excepcional corrida de recuperação. Largando em 38º, logo no fim da primeira volta ele já aparecia em 17º; mais algumas voltas e chegou a 12º, então 9º, mais um pouco 6º. E continuou escalando o pelotão rapidamente, até chegar à 3ª posição faltando poucas voltas para a bandeirada.

Nesse momento, enquanto Bradl era líder, mesmo Marquez chegando em 3º o alemão abriria 8 pontos de vantagem, o que ainda seria muito bom faltando disputar 50 pontos nas próximas duas corridas.

Mas então tivemos as duas voltas finais, com Marquez lutando duramente com o jovem italiano Cláudio Corti, que queria o seu primeiro pódio da carreira. Marquez chegou a ser ultrapassado algumas vezes, mas fez valer seu arrojo e determinção para confirmar a 3ª posição.

E enquanto isso Bradl era duramente fustigado e finalmente superado pelo arrojado e instável Alex De Angelis, de San Marino. Bradl bem que chegou a retomar a ponta da corrida, perdendo novamente, e em mais uma tentativa desesperada chegou a trombar com De Angelis, colocando ele mesmo o título em alto risco, pois se tivesse caído Marquez é que dispararia no campeonado. De Angelis se manteve firme e venceu a terceira corrida da sua longa carreira, enquanto o 2º lugar de Bradl em condições normais não seria desastroso para a briga do título. Mas essas não eram condições normais.

Com isso tudo, o que poderia ter se tornado uma enorme diferença a favor de Bradl, na verdade terminou em apenas 3 pontos de vantagem, o que é quase nada frente ao momento iluminado de Marquez. Depois dessa corrida, é quase impossível imaginar que Bradl consiga se manter no topo, pois mais uma vez Marquez mostra que está em um momento técnico e psicológico sem precedentes.

Aguardemos os rounds finais, na próxima semana na Malásia e na etapa final de Valência. Mas parece óbvio esperar mais dois shows de pilotagem desse espanhol arrasador, que certamente no próximo ano estará mostrando todo o seu talento no grid da categoria máxima MotoGP.

Marquez num pódio incrível, ao lado do vencedor De Angelis e de um cada vez mais impotente Bradl

Na MotoGP, Stonner campeão

Enquanto isso, a MotoGP viveu uma espécie de anticlimax, pois Lorenzo se acidentou num treino antes da corrida, e foi impedido de largar por razões médicas (graves ferimentos nos dedos da mão).

Com a ausência de seu único adversário, Stonner partiu livre para alcançar sua quinta vitória consecutiva no GP da Austrália, confirmar o esperado título de 2011 (o segundo da carreira).

A verdade é que desde o primeiro treino com a Honda no início da temporada, tudo indicava que Stonner era o homem a ser batido neste ano, o que se confirmou. Ainda assim cabe destacar a grande tenacidade de Lorenzo em lutar até onde foi possível, mesmo estando claramente inferiorizado no equipamento que a Yamaha lhe oferecia.

Casey Stonner, um campeão absolutamente convincente, e capaz de muito mais nos próximos anos

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Vida por Vida, uma campanha Riffel

Segurança no trânsito é uma questão complexa, envolvendo muitos fatores, vários deles fora do controle dos agentes de trânsito e dos usuários das ruas e estradas. No caso do motociclista, essa equação se torna ainda mais séria, na medida em que os riscos a que nos expomos sobre duas rodas são muito maiores do que quem se desloca em automóveis, por exemplo.

Considerando essas dificuldades e limitações, entendo que todo tipo de ação que objetive reduzir os acidentes de trânsito, e na medida do possível minimize as consequências daqueles que se mostrarem inevitáveis é válida e deve ser apoiada. O importante é ampliar a discussão, como forma de esclarecer e orientar cada vez um maior número de motociclistas.

Nesse sentido, gostaria de divulgar o material enviado a diversos blogs pela Riffel, relativo à campanha Vida por Vida. O material recebido é um tanto cru, na medida em que mostra um baralho relativo à experiência de 32 pessoas que passaram por situações trágicas, ao se envolverem em acidentes de transito, citando dados não só das suas vidas, mas principalmente das situações em que se envolveram e das sequelas resultantes. E junto ao baralho veio também um pen drive contendo um vídeo personalizado para o blog TerapiaMoto.

Pesquisando na internet, observei diversos comentários de pessoas com alguma resistência ao material, na medida em que mostra de maneira bastante direta o sofrimento das pessoas envolvidas. Entendo a posição, mas ao mesmo tempo não posso deixar de ressaltar que independente da forma escolhida, todo tipo de ação que vise conscientizar e minimizar o número de acidentes e as consequências daqueles impossíveis de evitar é válida e deve ser respeitada.

Obviamente que a Riffel, como qualquer outra empresa, tem seus interesses comerciais, mas independente disso o que deve ser considerada é a finalidade da campanha, e essa é de inegável validade. Assim como tantas outras, entre as quais uma que considero de alta relevância é a campanha Sim à Motocicleta, promovida pela Revista Motociclismo, que busca ser uma defesa dos nossos direitos junto à sociedade.

Aos interessados, sugiro visitar o site da campanha que contém vídeos e outros materiais, pois usar equipamentos de segurança é uma ideia que é sempre boa e deve ser adotada. Eu mesmo, na recente viagem a Machu Picchu tive a oportunidade de testar a eficácia dos equipamentos de segurança, e posso afirmar que continuarei a usá-los cada vez com mais critério, e sempre que possível os de melhor qualidade.

Infelizmente o fato de vivermos num país de grandes disparidades e distorções limita isso, muitas vezes pelo preço muito alto dos equipamentos, provocados entre outros fatores pelo excesso de impostos cobrado pelo nosso voraz governo. Sem dúvida é um tanto hipócrita de parte do governo gastar milhões em ações de educação para o trânsito, e enquanto isso o próprio governo inviabilizar o uso de equipamentos de segurança por um grande número de motociclistas, ao onerar demais em tributos equipamentos que deveriam ser acessíveis a todos. Afinal, calças a R$ 500, jaquetas a R$ 600, luvas a R$ 200 e assim por diante, com certeza não contribui para tornar esses equipamentos mais populares entre os motociclistas menos abastados.

O que se viu de melhor no Salão Duas Rodas

Nos dias 08 e 09 de outubro de 2011, visitei o Salão Duas Rodas, realizado no Anhembi, em São Paulo. Foi a primeira vez que participei de um evento desse porte, e sem dúvida foi muito interessante poder ver pessoalmente alguns dos modelos mais significativos do mercado mundial, ainda que muitos deles apenas para sonhar, por estarem totalmente fora da nossa realidade econômica. Na sequência apresento algumas observações relativas aos principais fabricantes, junto às fotos mais significativas do evento, todas de minha autoria.

E para mais informações e belíssimas fotos, não deixe de visitar o post do parceiro Pirex, no endereço Pirex no Salão Duas Rodas 2011.

Honda

A gigante japonesa tem se mostrado bastante agressiva nos últimos tempos, disposta a manter a gorda fatia de mercado que conquistou em muitas décadas de Brasil, e principalmente parece tentar corrigir aquela visão que foi sendo criada de que Honda é fabricante de motos pequenas. A empresa mostrou vários lançamentos de impacto, como a CBR 600F (versão carenada da Hornet), acrescida da linda CB 1000R e da pequena notável CBR 250R, ainda que esta última ao vivo passe uma inegável sensação de ser não mais que uma bela versão carenada da Twister.

Foi igualmente interessante conhecer o protótipo que deu origem à inovadora VFR 1200F DCT, modelo este também presente no salão em toda a sua imponência dotada de câmbio semi-automático e dupla embreagem. E também pude ver de perto o protótipo pilotado por Dovizioso na MotoGP.

Presente aimda a Transalp, em novas cores (a branca e preta é realmente bonita, a verde é discutível), a nova Hornet e uma bela série especial da CB 300R, entre uma série de outros modelos.

A Transalp na nova combinação de branco e preto, muito mais harmoniosa

A pequena CBR 250R é muito bonita, mas só mostra impacto na combinação de cores acima

Sensacional protótipo que resultou na inovadora VFR 1200F DCT

Yamaha

Sem dúvida sua grande novidade foi a XT 660Z Ténéré, uma moto realmente inspiradora, e muito mais bonita ao vivo do que por fotos. Leve e bem mais confortável que sua irmã XT 660R é o mínimo que se pode dizer sobre ela, e com desing e cor azul consistente com os modelos já comercializados da 250 e 1200. Pena se tratar de um motor monocilíndrico tão vibrante quando o da antiga XT660R, pois tirando esse detalhe a moto tem tudo para fazer enorme sucesso.

A empresa ainda mostrou modelos significativos como a gigante V-Max, a FZ8 (mas não a carenada Fazer8) e um grande scooter muito parecido com o Burgman 400 da Suzuki. E no stand da marca chamava muita atenção a MotoGP pilotada por Ben Spies.

A instigante XT 660Z Ténéré, que sem dúvida deve fazer enorme sucesso, como já ocorria com a XT 600R

A FZ8 mostra uma beleza mais clássica, mas por enquanto somente apresentada na versão sem carenagem

A musculosa V-Max finalmente deve chegar ao Brasil por meios oficiais, antes tarde do que nunca

A vida fácil da Suzuki com os modelos Burgman 400 e 650 parece estar com os dias contados

A competentíssima MotoGP M1 de Ben Spies, apresentada em companhia de rara beleza

Suzuki

Entre os maiores fabricantes, foi a grande decepção do salão, pois nada mostrou de realmente novoa, apenas revisões dos modelos amplamente conhecidos. Não há como qualificar de novidade as versões repaginadas da Bandit 1250 (naked e carenada), ainda que sem dúvida tenham ficado muito bonitas.

Afora isso, mais do mesmo para V-Strom, B-King, Hayabusa e tantos outros modelos. Não é a toa que a marca está encolhendo a olhos vistos no Brasil, pois o seu conservadorismo é de dar certa pena, e ainda mais num mercado cada vez mais competitivo. A associação da Suzuki com J.Toledo parece dar claros sinais de fadiga, cada vez mais saturada por visões do tipo "ABS é frescura dispensável para os brasileiros". Nem sempre o que é mais lucrativo para o representante da fábrica é o que deseja o cliente da marca, e os dados de vendas mostram isso de forma cristalina (mas apenas para quem quiser ver).

A compacta e poderosa Bandit 1250 ganhou um visual bem mais moderno e atraente

Em vez de novas motocicletas, a Suzuki preferiu realçar as belas mulheres em poses provocantes

Kawasaki

A principal novidade da marca verde sem dúvida foi a Ninja 1000, versão carenada da Z1000, moto arrojada nas formas e seguramente de ótimo desempenho, mas que infelizmente não foi possível tocar nem sentar sobre ela, pois estava isolada. Também intocável, a maravilhosa versão Fittipaldi da ZX10, pintada nas cores preta e dourada.

A nova cor laranja da Versys chamava muita atenção, assim como a versão Tourer, mas esta mostrava um péssimo ajuste das malas de fábrica, que ficam longe demais da moto, deixando-a quase tão larga quanto um automóvel, uma enorme bola fora do fabricante.

A novíssima Ninja 1000 tem tudo para obter boa participação no segmento sport touring

BMW

O principal destaque da marca alemã foi a naked R1200R, que sem dúvida transpira classe e sofisticação. Também impactante a touring K1600GTL, com seu motor seis cilindros em linha surpreendentemente compacto. E uma grande ausência foi a K1300R, uma naked de grande beleza, que imaginei teria o privilégio de ver ao vivo, mas que não estava presente.

Deixando um pouco de lado as motos, a BMW mostrava talvez as mais belas mulheres do salão, e como não poderia deixar de ser diferente, vestidas com discrição, o que contrastava com o caráter bastante apelativo mostrado pelos stands de outros fabricantes.

Classe, conforto e sofisticação na naker R1200R, com seu inconfundível bicilíndrico boxer

Harley Davidson

A empresa mostrava uma enormidade de modelos capaz de fazer a alegria dos fanáticos da marca, sempre dispostos a comprar muito mais estilo de vida do que motocicletas, a despeito de características técnicas nem sempre tão eficazes quanto seria desejável. Mas para os apaixonados pela marca, sem dúvida se viam modelos de beleza e estilo altamente desejáveis, e ainda mais que os preços da marca são bem mais convidativos agora que o Grupo Izzo não faz mais parte de operação.

Em se tratando de Harley Davidson, mulheres de atitude se mostram compatíveis com o estilo de vida proposto

Ducati

Um ícone da alta classe do design italiano, mostrando maravilhas como a Monster 1100, Diavel e Multistrada. Quem sabe com o tempo uma representação efetiva da Ducati no Brasil torne mais viável termos essas obras de arte sobre rodas nas nossas garagens, pois por enquanto precisamos conviver com a insegurança provocada por uma presença não totalmente convincente do representante local.

A convidativa Ducati Monster 1100, de design apaixonante

A monstruosa Diavel Carbon, pronta para o enfrentamento com a Yamaha V-Max e Harley V-Rod Muscle

KTM

Entre tantas maravilhas tecnológicas, como a Supermoto T, Duke, Adventure e versões de rallye usadas no Dakar, a grande estrela da marca laranja sem dúvida era a pequena Duke 200, ansiosamente aguardada pelo público brasileiro para um futuro próximo. Segundo um vendedor, deve chegar ao mercado em março de 2012, a um preço aproximado de R$ 13,5 mil. Se isso se confirmar essa pequena notável tem tudo para ser um sucesso arrasador, pois é uma moto pequena que apaixona à primeira vista por seus dotes estéticos e tecnológicos.

A se lamentar uma certa arrogância do representante local da marca, já que em nenhum modelo era permitido sentar, coincidência ou não, a mesma postura adotada no stand da Ducati. Situação complicada querer mostrar os modelos mas impedir o público de interagir com eles, o que mostra muito a aprender sobre como tratar os potenciais clientes.

A KTM Duke 200 é uma das mais belas motos de pequena cilindrada já desenvolvidas

A Supermoto T seduz por seus dotes de estradeira competente, com visual próximo às trail da marca

Bimota

Entre as motos qualificáveis como além do mundo real, foi possível ver de perto modelos como a DB7 e a espetacular Tesi, com seu esquema de suspensões não convencional. Verdadeiras obras-primas reservadas a poucos privilegiados, mas que sem dúvida valem cada um dos muitos Euros investidos.

A Bimota DB7 é um ícone da esportividade e design italianos, sem compromisso com custo razoáveis

MV Agusta

No stand da Dafra, as grandes estrelas sem dúvida eram os modelos da MV Agusta, finamente representados pela Brutale, F4 e F4 Senna. Verdadeiras maravilhas, que realmente chegam a ofuscar a concorrência, restando torcer que alguns modelos cheguem ao mercado brasileiro já nacionalizadas o mais rápido possível, pois são modelos para fazer sonhar os mais apaixonados por motos.

A MV Agusta Brutale é dotada de uma beleza avassaladora, beirando o inacreditável

A radical F4 é dotada de escapamento de quatro ponteiras saindo por baixo do banco

A grande ausência

Lamentável para mim foi a ausência da Triumph, que imaginava veria representada no Salão, dando-nos a oportunidade de ver as excelentes motos da marca. Sonhei em conhecer os modelos trail de 800cc da empresa, assim como outros modelos significativos desse fabricante que tenho em alta conta, mas que ao que parece ainda não encontrou meios de se estabelecer efetivamente na terra brasilis, na medida em que não se consegue identificar com clareza sua política de atuação. O jeito é esperar e torcer que isso mude, mas aparentemente nesse caso é necessário ter uma paciência perto de infinita.


Demais atrações

Saíndo do círculo dos grandes fabricantes, foi possível ver no salão alguns modelos raros como a artesanal italina Vyrus, que é arrasadora. No standeda Montesa, se podia conhecer alguns competentes modelos de competição em enduro e trial.

Também se encontravam alguns lindos exemplos de customização e adesivagem, inclusive em modelos como uma Yamaha Super Ténéré e BMW F800GS, além de uma simpática versão supermotard da Honda XRE300 apresentada pela Circuit.

E além das principais marcas, muitas outras se fizeram presentes como: Dafra, Kasinski, Shineray, Haobao e mais uma enormidade de marcas menos conhecidas, com suas variadas opções de modelos e qualidades de acabamento.

Essa versão supermotard da Honda XRE300 chamava muita atenção no stand da Circuit

A adesivagem dessa BMW F800GS mostrava um trabalho de enorme competência

Não poderiam faltar os modelos altamente customizados para abrilhantar o evento

domingo, 2 de outubro de 2011

Moto2 - Marquez: a estrela sobe!

Na etapa de Aragon da Moto2, pode-se ver uma das mais sensacionais corridas de motovelocidade dos últimos anos, e isso considerando todas as categorias. Mais de meia dúzia de pilotos lutando acirradamente até as últimas voltas da corrida pela vitória, e mais uma vez Marc Marquez arriscando tudo em busca de uma vitória que lhe foi providencial.

Como seu adversário Bradl caiu bastante no final, terminando apenas na 8ª posição, Bradl viu sua vantagem no campeonato cair de 23 para apenas 6 pontos, e com essa pequena desvantagem a posição de Marquez ficou ainda mais fortalecida na sua excepcional recuperação num campeonato tão competitivo.

E na madrugada de hoje ocorreu a etapa do Japão, e apesar da corrida mais morna, Marquez soube se manter no pelotão de frente, e apesar da vitória de Iannone (3ª na temporada), Marquez conseguiu a 2ª posição, e com a 4ª posição de Bradl, Marquez finalmente assumiu a liderança do campeonato. A diferença é de apenas um ponto, mas o momento técnico e psicológico de Marquez é arrasador: nas últimas 8 etapas foram 6 vitórias e 2 segundos lugares. E no campeonato de 2011, em 14 etapas Marquez só marcou pontos em 10 delas, mas foram 7 vitórias e 3 segundos lugares. Como impedir um piloto assim de chegar ao título? Bradl definitivamente não parece saber como responder a essa questão, e suas meras 4 vitórias na temporada já se mostram insuficientes.

Salve Marc Marquez, virtual campeão da Moto2 em 2011. E certamente em 2012 o veremos mostrando seu enorme talento na categoria principal, a MotoGP, e não há razão para crer que lá também não se dará muito bem, depois de um inevitável processo de aprendizado, mas que com sua enorme capacidade de adaptação pode ser novamente muito rápido.

Iannone vence no Japão, mas o momento é todo de Marquez, novo líder da Moto2 e provável campeão