terça-feira, 27 de setembro de 2011

Machu Picchu - Dia 17 - Escolha: buracos e caminhões ou belas paisagens

Como tínhamos a dica de sair de Cuiabá pela estrada da Chapada dos Guimarães, esperava que isso ocorresse. Mas infelizmente o grupo optou pela estrada normal para Rondonópolis, o que na prática significava obras, buracos e uma infindável quantidade de caminhões. Decisão totalmente estranha, na medida em que perdemos a única oportunidade de ver um local bonito na enorme passagem por território brasileiro.

Aqui pensei seriamente em me separar do grupo e tomar a estrada alternativa, pois uma péssima decisão é tão somente isso mesmo, e não via o menor sentido na opção adotada, mas como minha moto estava em precárias condições, com a relação em fim de vida, acabei abrindo mão e me enquadrando por uma questão de segurança. Mas... vai entender como funciona a cabeça de algumas pessoas.

Logo no estacionamento do hotel a BMW G650 do Javier não pegava de jeito nenhum, exigindo uma ponte de bateria para dar partida. Na saída fomos acompanhados pelo Célio, que nos levaria à saída da cidade, mas ao pararmos no posto, novamente a BMW do Javier não ligava, exigindo nova ponte de bateria.

Saímos de Cuiabá pela estrada rumo a Rondonópilis, que se mostrou um verdadeiro inferno. Uma enormidade de obras, caminhões em velocidades variadas, e um grupo de 5 ou 6 motos tentando fazer ultrapassagens em bloco, o que se mostrava uma opção temerária. Eu e Luís largamos na frente, pois em situações de trânsito pesado qualquer um deveria saber que é melhor ultrapassar separadamente, cada um tomando os cuidados necessários para se livrar dos caminhões, em vez de permanecer agrupados e se expôr a riscos crescentes a cada ultrapassagem.

Rodados 170 Km desde Cuiabá, o Luís parou num posto pois estava sofrendo com o calor. Sinalizei ao grupo para que parassem no mesmo posto, mas optaram por seguir mais 30 Km, pois havia sido combinado parar a 200 Km de Cuiabá. Esse é o tipo de situação em que um planejamento deveria ser tratado como uma base para ação, nunca como uma norma divina, na medida em que parte do grupo seguir fez com que nos perdêssemos. Resultado: levamos cerca de 180 Km e algumas horas para nos reagrupar, com os devidos atrasos provocados por mais uma decisão equivocada.

Nesse meio tempo, a BMW do Renan sofreu queda da corrente, e na recolocação da mesma o Ruy acabou encostando no escapamento da moto e sofreu uma significativa queimadura no braço. E enquanto isso a BMW do Javier teve novas dificuldades para ligar, e parecia piorar continuamente.

Quanto estávamos a 50 Km de Campo Grande, eu e Roberto notamos que parte do grupo ficou para trás, e acabamos optando primeiro por parar e esperar e depois por voltar. Exceção foram Luís e Alexandre, que estavam mais à frente e seguiram diretamente até Campo Grande.

Ao retornar, encontramos o grupo parado na beira da estrada, com a moto do Javier absolutamente morta, nem ponte de bateria adiantando mais. Acionando o serviço da BMW, prometeram um guincho para uma hora depois, e eu e Roberto seguimos para Campo Grande em busca de hotel. Ao chegarmos, Luís e Alexandre já tinham escolhido o Novohotel, com a ajuda de um motociclista da cidade, que os auxiliou a bordo da sua enorme Harley.

Depois de um bom tempo o restante do grupo chegou, sendo que a BMW prometia verificar a moto logo no início da manhã seguinte. Jantamos numa cervejaria próxima do hotel e fomos descansar, nessa que acabaria sendo uma das poucas noites de sono farto da viagem, já que poderíamos dormir até as 08h00 da manhã, na expectativa do que a BMW faria sobre a moto do Javier.

A belíssima Chapada dos Guimarães, que infelizmente perdemos a oportunidade de conhecer (foto: internet) 

Em Mato Grosso, uma infinidade de caminhões povoam as estradas (foto: Volmir Ferreira)

Em Mato Grosso do Sul, algumas raras belas imagens à beira da estrada (foto: Volmir Ferreira)

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