quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Machu Picchu - Dia 8 - Chegando a Puno, uma agradável surpresa

Depois de duas noites em La Paz, lugar que entre outros problemas só oferece cerveja à temperatura ambiente, saímos cedo em direção ao Peru. Com o fraco mapa da Bolívia disponível para o GPS, me enrolei já na saída, e acabamos tendo que cooptar um taxista para nos levar até a saída da cidade. Algumas vezes as soluções mais simples são as mais eficazes.

De La Paz até Desaguadero, onde se esconde a aduana Bolívia/Chile não tivemos maiores eventos, exceto mais um posto policial onde nos pararam tão somente para pedir mais uma "contribuição para a caixinha". E mais um posto de combustíveis que se negava a vender gasolina para estrangeiros, onde tivemos que forçar a barra para conseguir apenas 5 litros para a Hornet, pagando uns 70% mais caro do que o valor expresso na bomba. Paisinho difícil essa tal de Bolívia, a ponto de não deixar saudades.

Em Desaguadero, a aduna fica escondida no meio de mais uma cidade de pobreza impressionante, tanto do lado boliviano quanto do lado peruano. No geral até que as aduanas funcionam bem e rapidamente, exceto pela parte de admissão do veículo no Peru, que é uma coisa meio kafkiana.

Exigem um número absurdo de informações do condutor e do veículo, demorando demais para cada pessoa ser liberada. E não bastasse isso, os dois funcionários trabalham com uma TV ligada em altíssimo volume na maior tranquilidade. E para coroar têm um sistema inacreditável de impressão dos formulários, usando um único cabo USB que eles trocam entre os dois computadores a cada impressão, uma coisa muito bizarra de "agora o cabo é seu, agora me passa o cabo". E por fim, quando o papel entalava na impressora e eles não sabiam o que fazer, o Roberto acabou tendo que resolver para eles, pois do contrário não sairiamos de lá nos mesmo dia. Uma verdadeira piada!

Já do lado peruano, vimos a face mais pobre do país durante a viagem, pois depois que saímos de Desaguadero o Peru já nos pareceu um país bem melhor, incomparavelmente mais agradável que a Bolívia. Mas lanchar (como alguns fizeram) nas ruas dessa cidade foi um certo desafio aos sentidos de quem se arriscou. E quanto à gasolina, tudo o que conseguimos foram alguns galões vendidos por uma senhora em trajes típicos, no meio da rua, pois o único posto que vimos só tinha a bomba, mas não gasolina.

Na sequência, já a caminho de Puno nos deparamos com algumas estradas em obras ou em péssimo estado, mas nada de excessiva gravidade frente ao que já passáramos. Mas com as paisagens fenomenais que começamos a ver, tudo ficou bem mais atrativo. No cômputo geral gostei do Peru, um país bastante bonito e agradável, o que talvez se explique um pouco pelo forte contraste com o que tínhamos acabado de passar na parte boliviana da viagem.

Chegamos a Puno (às margens do lago Titicaca) bastante cedo, já que nesse dia rodamos apenas 330 Km (pelo GPS). E sem maiores ocorrências, além de um policial nos parando na entrada da cidade e exigindo mais uma propina de 10 soles por moto, totalmente dentro da normalidade em se tratando de Bolívia e Peru. Menos mal que a partir daqui o problema da gasolina foi minimizado, já que no Peru o número de postos é bem convincente, e no geral têm combustível para entregar.

Nos instalamos num hotel 3 estrelas de excelente qualidade, a US$ 35,00 por pessoa, uma verdadeira pechincha. Puno nos surpreendeu positivamente, uma cidade bem arrumada, com comércio forte, bons restaurantes, muitas casas de câmbio. Para mim e alguns companheiros passou a impressão de uma San Pedro do Atacama mais organizada e cuidada, e sobretudo menos poeirenta (quem conhece San Pedro entenderá a relação).

O pessoal tirou a tarde para conhecer a cidade e descansar, e eu fui encontrar a mini concessionária Honda da cidade para mais um pequeno remendo na Hornet, cujo parafuso de fixação do bloco do farol havia se soltado, mas felizmente não o perdi e pude colocar tudo em ordem novamente.

À noite comemos deliciosas pizzas no El Buho, e pudemos descansar com tranquilidade num hotel de qualidade, ainda mais que ficaríamos na cidade no dia seguinte para visitar as ilhas flutantes de Uros.

Desafio a experimentar o lanchinho oferecido por aquele garotinho à esquerda (foto: Volmir Ferreira)

Em Desaguadero, esses carrinhos transportam de tudo entre o lado boliviano e peruano (foto: Volmir Ferreira)

No acesso a Puno, um descanso no posto enquanto o grupo todo abastecia (foto: Volmir Ferreira)

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