quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Machu Picchu - Dia 9 - As ilhas flutantes de Uros

Tiramos o dia para conhecer as ilhas flutuantes de Uros, bem próximas de Puno, que ficam na parte mais rasa do Lago Titicaca que é enorme, e chega a ter 274 metros de profundidade no máximo. São ilhas feitas pela ação humana, construídas com uma base de material semelhante ao nosso xaxim, e recobertas por sucessivas camadas de juncos que dão ao solo uma base macia, bastante cansativa para caminhar muito tempo sobre ela, pois afunda o tempo todo.

Por razões óbvias fumantes não são bem vindos, pois o material das ilhas é altamente inflamável. Tivemos a companhia de um guia que explicou em detalhes o local, afirmando que cerca de 2.000 pessoas vivem nas ilhas, apesar de alguns integrantes do grupo duvidarem que as pessoas efetivamente morem lá. Para alguns, esse é o típico local para turistas, e à noite as pessoas vivem normalmente na cidade. Confesso que não tenho opinião formada sobre isso.

Controvérsias a parte, posso afirmar que sem dúvida vale a pena conhecer Uros. O local é bonito, a construção das ilhas é interessantíssima, inclusive o fato de que as ilhas podem ser divididas e mesmo juntadas, se isso for de interesse dos moradores. Na prática, é possível trocar de vizinhança se algum evento assim exigir. Prático, não?!?

Apesar do guia não fazer questão de falar no assunto, visando manter em alta a tradição, o fato é que os habitantes são bem modernizados. Têm painéis solares, que segundo eles fornece energia para a televisão, possuem armas de fogo rudimentares para a caça, e o mais surpreendente: usam garrafas pet para reforçar a estrutura dos barcos maiores, e suspeito que nas próprias ilhas, o que não deixa de ser um uso altamente ecológico para esse tipo de lixo tão prejudicial ao meio ambiente.

Além da taxa de visitação, os moradores fazem um forte trabalho de promoção do seu artesanato junto aos turistas, que inevitavelmente acabam adquirindo alguma coisa de lembrança do local. E inclusive observamos que a moradora que auxiliava o guia na apresentação era totalmente despachada, inclusive falando inglês fluente com uma turista americana. Se é para fazer, então que se faça bem feito!

No retorno a Puno, um ótimo almoço e dia livre para descansar e conhecer melhor a cidade, o que foi muito bom para recuperar as forças, já que no dia seguinte estaríamos em Cusco, seguindo o objetivo de visitar Machu Picchu. De altamente positivo em Puno o fato de ser fácil encontrar cerveja gelada e café de qualidade, coisas que nossa experiência boliviana nos deixou com certo trauma.

Resumidamente, posso dizer que adorei a cidade de Puno, e esse é um local que sem dúvida vale a pena visitar e ficar dois ou até três dias. Clima agradável, bons restaurantes e comércio em geral, bons preços, alguns passeios a fazer, excelentes hotéis a preços inacreditáveis. Dá para entender a razão pela qual alguns peruanos nos diziam que não dá para visitar o Brasil, pois isso exige "muita plata". Claramente vivemos num país caríssimo, isso é hoje um fato inquestionável.

O Lago Titicaca se divide entre Peru e Bolívia, e tem enormes dimensões (foto: Volmir Ferreira)

Renan se diverte com o artesanato apresentado pelo guia e a nativa (foto: Volmir Ferreira)

A modernidade ecológica das garrafas pet, usadas na estrutura dos barcos maiores (foto: Volmir Ferreira)

Nesses barcos o turista pode viajar de uma ilha para outra (foto: Volmir Ferreira)

Essa é uma ilha pequena, mas existem ilhas enormes no complexo (foto: Volmir Ferreira)

Curiosamente, o passeio de Puno às ilhas nesse barco custa apenas US$ 10 (foto: Volmir Ferreira)

Construções bem acabadas, com o detalhe do painel solar voltado à geração de energia (foto: Volmir Ferreira)

Um sofisticado sistema de marketing promove as ilhas flutuantes (foto: Volmir Ferreira)

Proibido para fumantes, e muitos cuidades na preparação da alimentação (foto: Volmir Ferreira)

Povo simples, mas dotado de um sofisticado esquema comercial para os turistas (foto: Volmir Ferreira)

Essa é uma das maiores ilhas que tivemos a oportunidade de ver de perto (foto: Volmir Ferreira)

Turistas do mundo todo visitam Uros, pois é um lugar realmente inusitado (foto: Volmir Ferreira)

A afluência de barcos é bastante grande, e ao fundo vemos Puno junto às montanhas (foto: Volmir Ferreira)

O fotógrado oficial Luís de vez em quanto também gosta de aparecer nas fotos (foto: Volmir Ferreira)

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